Ação integrada recuperou mais de 320 veículos roubados, furtados, adulterados ou com indícios de clonagem, com valor total estimado em… [ … ]
22 de setembro de 2025
Ação integrada recuperou mais de 320 veículos roubados, furtados, adulterados ou com indícios de clonagem, com valor total estimado em mais de R$ 6 milhões; força-tarefa atuou em mais de 20 municípios maranhenses.
Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Polícia Civil do Maranhão (PCMA) encerraram, nessa sexta-feira (19), a Operação Hircus IX, considerada a maior já realizada no Maranhão no enfrentamento a fraudes veiculares.
A ação foi estruturada em duas etapas: a primeira ocorreu nos dias 3 e 4 de setembro, com foco em pátios de veículos localizados em São Luís, Presidente Dutra e Caxias. A segunda fase operativa se estendeu de 10 a 18 de setembro, abrangendo mais de 20 municípios maranhenses.
As atividades se concentraram em Barreirinhas, Paulino Neves, Tutóia, Urbano Santos, Santa Quitéria, Viana, São Bernardo, Brejo, Chapadinha, Anapurus, Penalva, São Vicente Ferrer, São João Batista, São Bento, Buriti, Duque Bacelar, Pinheiro, Santa Helena, Turilândia e diversas outras cidades do interior do estado.
Resultados da operação
A edição de 2025 da Operação Hircus alcançou números inéditos:
324 veículos recuperados, entre motocicletas, automóveis, caminhonetes, motonetas, camionetas e um caminhão. O total estimado dos bens recuperados ultrapassa os R$ 6 milhões, reforçando a dimensão econômica do prejuízo evitado às vítimas;
Cerca de 9.700 consultas veiculares foram realizadas, demonstrando a complexidade do trabalho desenvolvido;
57 pessoas conduzidas à Polícia Civil para prestarem esclarecimentos;
Identificação de veículos com registro de roubo e furto em outros estados, que eram adulterados e trazidos para serem vendidos no Maranhão, com predominância de motocicletas.
Entre os veículos recuperados, estavam 20 automóveis, 1 caminhão, 277 motocicletas, 16 motonetas, 2 camionetas e 8 caminhonetes. Um dos casos emblemáticos foi registrado em Matinha (MA), quando foi recuperado um caminhão roubado em Balsas (MA), em julho de 2024. O veículo circulava com placas clonadas e todos os elementos de identificação adulterados, evidenciando o nível de sofisticação das fraudes, que agora serão investigadas.
As apurações iniciais mostraram ainda que muitos veículos foram adquiridos em anúncios fraudulentos na internet e em grupos de mensagens, o que indica que parte dos condutores abordados desconhecia a origem ilícita dos bens, configurando-se como vítimas de golpes. Muitos informaram às equipes policiais que, depois de comprar os veículos, perdiam totalmente o contato com os golpistas e não conseguiam transferir a propriedade.
Dessas ocorrências, 136 veículos já tiveram suas identificações veiculares originais localizadas. Destes, 109 possuíam boletins de ocorrência por crimes de roubo ou furto, tanto no Maranhão quanto em outros estados do país: Maranhão (49), Piauí (31), Ceará (16), Pernambuco (3), São Paulo (3), Goiás (3), Distrito Federal (1), Rio Grande do Norte (1), Tocantins (1) e Rondônia (1).
O trabalho de identificação continua em andamento, com a Polícia Civil do Maranhão atuando de forma intensa na investigação para localizar as vítimas dos crimes de roubo ou furto desses veículos. As equipes dedicam-se à análise detalhada de documentos, cruzamento de informações e contato direto com possíveis vítimas, buscando garantir que cada caso seja acompanhado até a devolução segura do bem aos seus legítimos proprietários.
Trabalho integrado
A Operação foi coordenada pela Diretoria de Operações da PRF (DIOP) e pela Polícia Civil do Estado do Maranhão, reunindo cerca de 100 policiais, entre PRFs (integrantes do Grupo de Enfrentamento às Fraudes Veiculares – GFRAV) de dez estados (Maranhão, Santa Catarina, Paraná, Bahia, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte, Mato Grosso, Ceará, Pernambuco e Piauí), além de Delegados, Escrivães e Investigadores da PCMA.
A atuação da Polícia Civil foi essencial na recepção do grande volume de ocorrências. Para isso, foi estruturada uma verdadeira força-tarefa, formada por Delegados, Escrivães e Investigadores, dedicada a registrar os casos e dar andamento imediato às investigações. Esse trabalho possibilita maior celeridade na análise dos veículos recuperados, buscando agilizar a devolução dos bens aos verdadeiros proprietários. O objetivo principal é garantir uma resposta rápida e efetiva às vítimas.
O esforço conjunto das duas forças de segurança amplia a capacidade de investigação, favorece o cruzamento de dados, fortalece a resposta institucional e gera impacto direto na segurança pública e no patrimônio das famílias vítimas de crimes patrimoniais.
Outro aspecto importante é que o foco da Hircus IX foi exclusivamente voltado ao combate a fraudes veiculares. Os veículos apreendidos tinham relação direta com crimes de roubo, furto, adulteração ou clonagem. Nenhum veículo foi retido por débitos administrativos, como licenciamento ou impostos em atraso.
Origem e histórico da operação
Criada em 2013, a Operação Hircus nasceu de uma demanda de policiais rodoviários federais que atuavam em pontos críticos do Piauí, onde as fraudes veiculares tinham forte incidência. Desde então, a operação já percorreu cinco estados (Maranhão, Piauí, Bahia, Paraíba e Mato Grosso), sempre desenvolvida em parceria com as polícias estaduais. Cerca de dois mil veículos já foram recuperados em suas nove fases.
O nome Hircus, derivado do latim e que significa “bode” ou “cabrito”, foi escolhido em alusão ao jargão policial que emprega o termo “cabrito” para se referir a veículos de procedência ilícita. Na prática criminosa, automóveis oriundos de roubo ou furto são frequentemente adulterados — seja por meio da clonagem de placas, da alteração de sinais identificadores ou de outros artifícios — justamente para ocultar a sua verdadeira origem e fazê-los parecer regulares. A denominação, portanto, está diretamente associada ao objetivo da operação: combater fraudes veiculares e identificar esses veículos que circulam de forma disfarçada, mas que são produtos de crimes patrimoniais.
Legado
Além dos resultados imediatos, a operação funcionou como um verdadeiro laboratório operacional, permitindo a troca de conhecimentos técnicos entre policiais de diferentes regiões do Brasil e reforçando a especialização no combate às fraudes veiculares.
A parceria com a Polícia Civil do Maranhão foi fundamental para assegurar a celeridade dos procedimentos, permitindo que as equipes da PRF retornassem rapidamente ao campo de atuação. Essa integração garantiu um ciclo completo do trabalho policial e potencializou a efetividade da operação. Além de garantir elementos probatórios para a continuidade das investigações, possibilita identificar, localizar e responsabilizar os envolvidos nos roubos, fraudes veiculares e demais crimes correlatos.
Com quase dois mil veículos recuperados em suas nove edições, a Operação Hircus se consolida como referência nacional no combate a fraudes veiculares, evidenciando resultados concretos no enfrentamento à criminalidade. Mais do que combater o crime, a operação gera benefícios diretos à sociedade ao devolver veículos furtados ou roubados aos seus legítimos proprietários.
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