De acordo com dados da Defensoria Pública do Estado (DPE), obtidos pelo g1 nesta quinta-feira (2), cerca de 300 famílias sobrevivem diretamente… [ … ]
3 de dezembro de 2021
De acordo com dados da Defensoria Pública do Estado (DPE), obtidos pelo g1 nesta quinta-feira (2), cerca de 300 famílias sobrevivem diretamente do lixão no município de Pinheiro. O local é o mesmo no qual o menino Gabriel, de 12 anos, foi fotografado encontrando uma arvore de natal.

O local funciona há cerca de 30 anos na Zona Rural do município que possui mais de 80 mil habitantes, sendo um dos mais importantes da região conhecida como baixada maranhense. A economia da cidade é baseada na agricultura e na pesca.
A realidade dessas centenas de famílias que vivem do lixão em Pinheiro, reflete nos dados sobre a pobreza e miséria que são divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE).
Segundo o Índice de Perda de Qualidade de Vida (IPQV), do IBGE, o Maranhão é o estado com maior perda de qualidade de vida e possui o pior desempenho socioeconômico do país. O índice mostra em qual área rural há maior perda da qualidade de vida que na urbana.
As medidas do IPQV vão de 0 a 1, sendo que, quanto mais perto de zero, menor a perda. O índice do Maranhão chega a 0,260.
Procurada pelo g1, a Prefeitura de Pinheiro não se manifestou sobre o caso. Já o Governo do Maranhão enviou uma nota, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Sema), afirmando que o gerenciamento de resíduos é de responsabilidade das prefeituras e que criou um auxílio de R$ 400 para os catadores
O Maranhão também no Índice de Desenvolvimento Social (IDS), sendo o estado que apresentava o pior índice (4,897). O índice incorpora a renda e as perdas de qualidade de vida em nove dimensões (renda, moradia, acesso aos serviços de utilidade pública, saúde, educação, acesso aos serviços financeiros e padrão de vida, alimentação, transporte e lazer e viagens).
O cenário crítico que parte da população maranhense vive também foi destaque em um relatório divulgado em setembro pela Organização das Nações Unidas (ONU). O Maranhão apareceu como o estado em que mais pessoas vivem na miséria. Em 2019, quase 20% dos habitantes viviam com renda mensal abaixo de R$ 145.
Segundo a ONU, nove a cada dez pessoas também dependem exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS) no estado. A pandemia, segundo especialistas, deve ter acentuado os números, já que o estado chegou a bater, recentemente, um novo record de desempregados.
Via: G1 MA.
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